Por Cleber Tito – Fotos de Diogo Costa

Em plena atividade desde 1945, a Feira de São Cristóvão, popularmente conhecida como “Feira dos Paraíbas”, completou no mês de setembro o seu sexagésimo nono aniversário em meio a muita alegria. Mesmo tendo mergulhado em várias crises ao longo do tempo, não se desviou das suas origens e manteve a tradição. O espaço é muito frequentado pela sociedade brasileira e por muitos turistas estrangeiros atraídos pela cultura nordestina, principalmente a culinária e a música. As comemorações, igualmente a anos anteriores, estão mantidas em sua programação, por um mês para que todos que frequentam à feira possa participar.

A festa de aniversário começou às 9 horas do dia 12 de setembro com o lançamento do Selo dos Correios comemorativo as tradições nordestinas. Mais tarde, às 20 horas, um bolo de 6,9 metros alusivo aos 69 anos, foi cortado após os “parabéns pra você”. Em seguida, um show com o cantor Raymundo Fagner, a Banda Desejo Proibido, os humoristas Tirulipa e Ary Soares e o grupo Boi de Palmica. O presidente da Associação dos Feirantes da Feira de São Cristóvão, Antônio Helismar, informou que culturalmente a feira tem o dia 02 de setembro como seu nascimento, mas é importante, em se tratando da tradicional Feira de São Cristóvão, que ao se iniciar à festa de aniversário, se comemore durante os 30 dias.

Nova Feira de São Cristóvão

Há 11 anos, como resolução de vários problemas que afetavam seu bom funcionamento, a feira se reinventou em vários aspectos e passou a fazer parte do interior do Pavilhão de São Cristóvão que já foi uma das maiores áreas cobertas sem viga do mundo, com 156.000m2. Marcelo Fraga, assessor de imprensa da Associação dos Feirantes disse que foi um esforço conjunto do administrativo com os segmentos artístico e político. Segundo ele, a feira que antes funcionava na parte externa por quase seis décadas, foi transportada para o interior do Pavilhão. Esta mudança teve o apoio dos artistas Fagner, Gilberto Gil e outras personalidades como Jurema Batista, todos liderados pelo presidente da Associação, à época, Agamenon, quando houve o decreto do César Maia, então prefeito do Rio, que deu origem a Nova Feira de São Cristóvão, rebatizada como Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas (CLGTN), como canal de promoção da cultura.

A Nova Feira abriga o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, uma biblioteca com um acervo literário enriquecido de obras e o Museu Canto da Religiosidade Luiz Gonzaga que exibe objetos do sanfoneiro Rei do Baião, após 25 anos da sua morte. O Centro ainda apresenta a exposição, em cartaz nos meses de agosto, setembro e outubro de Padre Cícero Romão Baptista. Marcelo comenta que os visitantes da exposição terão conhecimento dos milagres atribuídos ao santo padre que foi afastado das funções sacerdotais pela igreja, sua história política de 16 anos onde se tornou prefeito de Juazeiro (1911), primeiro vice-governador do Estado da Paraíba e deputado federal, cargo este que não assumiu para não abandonar os fiéis, e várias relíquias do padre.

Dentre os pertences pessoais do padre, estão Título de Eleitor, batina, cartas, fotografias (muitas inéditas). A mostra do é considerada a segunda maior exposição do Brasil e a primeira maior fora do nordeste, ainda comentou o assessor.

Na biblioteca um acervo de obras da “Cordel Teca” e outros livros que retratam tradições da região, coletâneas editoriais do padre e objetos adquiridos de dona Generosa Alencar, beata que após a morte do padre se converteu ao Evangelho Protestante. Tudo está à mostra para visitação sextas, sábados e domingos, das 10 às 20 horas nos meses citados. Dona Generosa, considerada a última pupila de Padre padre, lia para ele quando já não podia fazê-lo devido ao mal de cataratas.

Parcerias em projetos de Extensão

O Centro de Tradições Nordestinas está em busca de parceiros para o desenvolvimento de cursos de extensão que capacite os feirantes na história da região e também em outras línguas. A finalidade é que haja maior fundamentação na interatividade dos lojistas com os estrangeiros que visitam o Pavilhão de São Cristóvão para conhecerem os pratos típicos e as tradições nordestinas. Marcelo Fraga disse que a Feira de São Cristóvão foi reconhecida como Centro de Cultura no Resgate dos Valores do Nordestino e que sua história e manifestações populares, a feira tem preservado para que os brasileiros e estrangeiros tenham amplo conhecimento da região.

Oportunidades para estágios

O Centro de Tradições Nordestinas está selecionando estagiários de Comunicação Social, nas duas habilitações, interessados em estágios. Os interessados podem procurar a coordenação do Curso para o encaminhamento. A Nova Feira de São Cristóvão fica na Praça de São Cristóvão S/N e foi reconhecida em ato da Presidência da República, pela Lei Federal no 12.301 de 28 de julho de 2010, como “Entidade Imaterial e Cultural do Brasil”.

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