A definição do Aurélio para “amigo”, diz, versando dentre outras afirmações, que é um adjetivo que qualifica pessoa que “está ligada a outrem por laços de amizade”. Não discordo, concordo! Mas sem querer me sobrepor ao Mestre – com a décima terceira letra do nosso alfabeto maiúscula, aqui com meus devaneios ou caprichos da imaginação, como queiram, digo que é mais que isso. Amigo é sublime; é mais que irmão porque ele não é concebido é, sim, criteriosamente e meticulosamente construído ao longo do precioso tempo que por sinal, é o “Senhor da Razão”. Por isto tenho a maior satisfação e orgulho de reproduzir esta resenha que narro com certa emoção, dos “Amigos da Bola de Queimados”. Por conseguinte, desde já, me congratulo com todos e todas desejando um Feliz Natal e Boas Festas! Ah, sim!… Nunca se esqueçam, hein!?… Somos amigos; mas ‘Amigos Para Sempre!’… tin-tin!
A Ilustração das fotos acima definem, além das palavras e com muita propriedade, o que queremos expressar sobre o que foi o evento narrado. As imagens revelam o sentimento puro que nem o tempo nem a distância e nem a idade conseguem imobilizar. Não é uma imagem do “antes e do depois”. Mas, vamos combinar, né? É um nítido exemplo de um grande ensinamento para os amiguinhos da segunda imagem e uma retrospectiva para os da primeira no: parece que foi ontem!…
Confraternização diz ser “Qualquer reunião festiva ou outra demonstração de amizade, companheirismo”. Foi exatamente isto. O amigo Franklin e o amigo Maninho, em particular, protagonizaram o que foi o 2º Encontro Anual do Grupo Amigos da Bola de Queimados. Foram cenas que alcançaram o vértice desta relação entre pares que se completam como amigos “mais que irmãos”, consagrando o sentimento fraterno e ávido que os unem de forma infinitamente, admirável. Essa amizade rompe décadas e alcança gerações. São aspectos comportamentais que traduzem o amor fraterno solidificado pelo esporte e um jeito peculiar e exemplar de ser.
A generosidade da causa propõe a coleta de alimentos não perecíveis, na cota de 2kg por pessoa, para doação a instituição a ser escolhida. No encontro do ano passado foram dois abrigos de recuperação de dependentes químicos contemplados que não citaremos o nome por questão de princípio do grupo. Pelos depoimentos que tive acesso, é muito clara a percepção da formação desta geração. Não omitir a figura dos pais e familiares como exemplo. O amago da boa criação, mesmo em berço humilde para alguns, demonstra o bom alicerce que respalda o caráter destes personagens, que na história da vida, interpretam eles mesmos. As minhas palavras, na verdade, não conseguem traduzir esses caras.
Esta é uma história que, um dia, como todo bom contador de histórias, gostaria de conta-la em detalhes; mas será em outras páginas desta resenha. Então, por hora, por uma questão de reconhecida “JUSTIÇA”, ergo um brinde a todos e a todas com a canção que confessa, explicitamente, a relação entre amigos/irmãos; “He Is My Brother” (Ele é Meu Irmão) é uma justa homenagem aos ‘Amigos da Bola de Queimados’, reconhecendo que minha palavras, por mais que as selecione, como disse, não traduziriam a grandeza desta família:
Esses caras são meninos de várias faixas etárias e, uma meia dúzia, já passou dos 70 anos. Sempre com espírito aventureiro na arte do futebol, transformam-se em crianças outra vez correndo, dando piques, brigando pela bola no mais alto estilo competitivo e com jogadas ousadas em busca do placar – claro! Tá tudo na cabeça. É uma paixão exercida pela rapaziada que trazem esposas, filhos e filhas, genros e noras e os “filhos com açúcar”, que são os netos. Todos participam entusiasmados e como “nos velhos tempos”, já dizia o saudoso Chico Anísio.
Tudo isto acontece, com as bênçãos de Deus, em um palco chamado Vila Americana. Um lugar comum, mas apaixonante, que retém muitas histórias desses “Ases Indomáveis” registradas nas boas páginas desse bairro. O templo esportivo carrega com tamanho orgulho o mesmo nome do bairro onde estes meninos cresceram e tomaram gosto pelo esporte que até hoje praticam. Nosso presidente Zecão compartilha deste folhetim com repertório hilário sobre a vida dos atletas. Incontáveis são os contos sobre os craques de bola na arte do futebol revelado nos gramados do glorioso Vila.
Brincadeiras e traquinagens de menino do passado, um clima constante de pura harmonia onde amigos irmãos vencem a distância em troca de um afetuoso abraço para aliviar a saudade, embora se falando todos os dias e a todo instante, pelo aplicativo do WhatsApp do Grupo dos Amigos da Bola de Queimados. As famílias são íntimas. Esposas, filhos e netos participam com a mesma euforia exaltando e compartilhando do mesmo sentimento.
Um encontro anual marcado com data e horários sharps para começar a festa (futebol, farto almoço regado a churrasco, muita fruta, refrigerantes, cerveja) e nenhuma pressa para terminar. Muitos vêm de longe, outros de muito distante mesmo como exemplo: Barra de Piraí, Angra dos Reis, Itaipuassú/Maricá – Niterói, Tocantins e até de Orlando – Estados Unidos. Nesse 2º Encontro dos Amigos da Bola de Queimados, alguns amigos, apesar de programarem, ficaram impedidos de participar por razões intempestiva, mas de qualquer forma fizeram contato e mandaram aquele abraço. Tem nada, não. Ano que vem tem mais.
Encontro marcado com bastante antecedência e constates atualizações na contagem regressiva, reuniu muitos bambas da cidade que fizeram e ainda fazem história no esporte do Vila Americana Futebol Clube e de Queimados. A esses tais as congratulações expressadas em um Certificado de Reconhecimento. As participações, na medida do possível, à distância, em mensagem de voz ou de vídeo certamente trouxe algumas emoções. Mas tá valendo!
No jardim da Vila Americana cultiva-se flores das mais raras. Tem cravinhos e, com todo respeito, cultiva-se também flores perfumadas que são as Rosas, Margaridas, Flores do Campo, Tulipas, Jasmins. Um dia meninas, hoje jovens senhoras, mães e avós que o tempo desistiu de contar os anos. Os príncipes herdeiros dos bambas da bola marcam presença para garantir seus reinados. Os jovens Caio, neto do Chiquinho e Daniel, neto do Maninho, firmam-se nos exemplos da sólida e sincera amizade para perpetuar essa emoção. Lindo de ver!
Como na canção que propus, a letra conta que “a estrada é longa/ com muitas curvas sinuosas que nos leva/ quem sabe onde/. Mas eu sou forte/ Forte o bastante para carregá-lo/ Porque ele não é um peso/ Ele é meu irmão e assim continuamos…”. Esta é uma história de muitos capítulos que nunca terá fim neste plano. Um dia seguiremos para a eternidade, onde a vida vai continuar. Esse slide é uma pequena homenagem aos amigos que não puderam estar conosco; então seguem inseridos no contexto porque na verdade, sempre estiveram presente e para sempre serão lembrados: Geraldão (Orlando, EUA); Valdir Luiz, “o Bujão” ao lado do seu filho (Estado de Tocantins); Brazão, Nei e outros que não conseguimos as fotos, mas a ausência foi sentida. Abraço e beijo beijo.
As palavras podem ser significativas. Porém, jamais conseguirão exemplificar com profundidade a energia deste encontro. “As imagens valem mais que mil palavras”.
* Cleber Tito é jornalista Institucional especializado em Comunicação Empresarial – “O Jornalismo é antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter” – (Cláudio Abramo – 1923 a 1987).
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